Qual a imagem de Deus que carrego


Desde os ensinamentos muito rígidos que sempre recebi (parece que nasci com alguém com o dedo em riste, de frente para mim, dizendo oooh!), eu percebi que Deus não era aquele que castiga, que cobra. Aquela imagem que me pintavam: Deus castiga; Deus não vai lhe perdoar; é pecado; não faça isso; nem isso... não combinavam com a imagem que eu tinha comigo, de Deus. Eu mesma fui me encarregando de rezar tudo que me ensinavam e depois conversar com Deus nas horas mais tristes, por minha conta. Eu cumpri até aqui, uma parte da minha trajetória sobre a Terra, conversando com Ele que se mostrou Pai, amigo, consolador, esteio. Não era nada do que eu havia aprendido. Ficou-me a certeza de que Ele veio e me ensinou a respeitá-Lo, sem ter medo, poder chegar, me ajoelhar, agradecer e contar tudo que estava precisando. Cheguei a me atrever a fazer poemas com este assunto. Todas as vezes que eu precisei Dele, fui atendida sem a menor sombra de dúvida, mais cedo ou mais tarde, pois consegui entender também que precisava saber esperar. Sei que Ele é misericordioso, pois todas as vezes que eu me senti esmagada, triste, humilhada, sufocada, Ele me levantou antes do último suspiro e me encheu o peito de espírito de luta e eu ia em frente, depois de achar que não podia ir mais. Então eu digo: a imagem que eu carrego de Deus é uma paisagem colorida, múltipla, pois Ele está em tudo que eu faço; trina, porque Ele é o Pai o Filho e o Espírito Santo atuando em mim; paternal, pois seu abraço é forte e não me desampara; maternal, porque nenhum ser humano conseguiu jamais me consolar como Ele o faz e fica traduzido aqui como um colo macio, um abraço de mãe terna e carinhosa.