Síntese de um grande amor
1912... Ele nasceu, mal se firmou e já sofria. Nem cresceu direito e mais nada podia. Perdeu todos os seus muito cedo E eu imagino, nos patronatos, o medo! Que vida difícil para um pobre menino! Quanto apanhou e sofreu tão pequenino! E essa vida que não lhe sorria jamais? Fugiu dali e desesperado foi parar no cais. Sim, no cais do porto do Rio de Janeiro, Pois pulou em um trem e o fez de poleiro. Dormiu na praia, passou fome, medo e frio E ofereceu para ajudar na cozinha de um navio. Foi a Mão de Deus, pois ali teve guarida Por seis meses, até chegar o dia da partida. Andou ao léu pensando que se foram os amigos E bateu em portas, pediu ajuda até nos abrigos. Voltou pra Minas, mas não pra onde nasceu E de novo a Mão de Deus, o primeiro emprego seu. Foi integrar a Força Pública e também conseguiu Estudar música, tocar instrumentos e aí, sorriu. Achou um lugar pra morar e logo se ajeitou. A filha do dono da casa por ele se encantou 1935... Casaram-se e depois veio a primeira menina Na Capital a segunda, que voltou ao Pai, pequenina. Viemos então, mais três e aí a coisa ficou feia! Doenças e dificuldades os enredaram como numa teia. Lutaram contra essas coisas e ganharam a batalha. Mais uma prova de que a Mão de Deus nunca falha! Foram levando a vida, cabeça erguida, mundo afora E com alegria mais um primo-irmão que chega agora. Mas era sempre tempo de magia, éramos felizes! Com toda aquela pobreza, tínhamos diretrizes Para nossas simples vidas, e sonhávamos. Com o olhar de Deus em nós, não desanimávamos 1961... Chegou o triste dia em que ele, há muito bombeiro, Caiu de um enorme prédio que se queimava inteiro. E ficamos sem a parte mais sólida do nosso “LAR”. Ela, sempre doente, mas muitos a nos amparar. A luta ficou muito mais feia e perigosa agora E viemos lutar, as quatro, no mundo cá fora. E hoje sob o olhar de Maria nossa mãe compadecida, Louvamos pelo o casal, o maior amor de nossas vidas Aos nossos pais... carinho eterno. Pássaro Feliz
Enviado por Pássaro Feliz em 12/03/2011
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