Uma carroça cheia de quimeras
Por uma simples estrada de terra arroxeada, Ladeando, uma cerca de moirões e flores, Um entardecer brilhante, de beleza acurada, Vem uma antiga carroça cheia de cores. Eu, que descansava à frente de uma choça, Quis saber: que carga é esta cheia de beleza? Carroceiro: - são quimeras que trago na carroça, Aqui tudo é magia, alegria, doçura e leveza! -E o que é aquilo que flutua lá no alto? - É a beleza do amor, que cai a toda hora... E vou puxando para não a perder num salto, E firmo aqui a esperança, que não se apavora. As cores eram profusas e num carnaval infindo Todos os matizes se juntando e se revolvendo, Tornando cada uma num sentimento mais lindo E mais atraente, com a tarde se desfazendo! Descobri que aquele bailar de alegrias e flores, Que pareciam guirlandas púrpuras a se entrelaçar, Nada mais eram que as emoções de amores Pelas quais a vida um dia, faz a gente passar! Porque amor não é só beleza e devaneio. Ele nos faz sofrer sorrindo, ou sorrir sofrendo, Chega mesmo a nos partir o coração ao meio E antes que se acorde, vai embora correndo. Mas ao chegar mais perto vi umas placas duras Que ficavam por baixo, escondidas, na verdade. Eram elas impregnadas de percalços e agruras, Eram encharcadas do visgo feio da realidade! Pássaro Feliz
Enviado por Pássaro Feliz em 04/04/2009
Alterado em 05/04/2009 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |