Torvelinho Encantado
Última tarde de um mês de verão Eu vinha a pé de um lugar distante E veio um vento quente, de roldão, A me forçar para o asfalto escaldante Encheu-se de beleza o ar à minha volta, Fiquei a olhar folhas, cascas e areia subindo... E caindo a brilhar numa fingida revolta. Eu, sem medo parei e exclamei: Que lindo! Fazia muito que não via de perto a natureza. Não tive medo da chuva que ela prometia, Notei magia no ar... Os eucaliptos... Que realeza! Curvavam-se como reverência a mim, que me ia... A chuva não veio e eu cheguei sorrindo em casa E compreendi, enquanto me trocava toda feliz: “Deus ao se manifestar, marca hora e não se atrasa.” E eu fui posta ali, na hora de entender o que Ele diz. E Ele diz que o mundo é belo, próspero e vivaz, Que a natureza é nobre e precisa de carinho E para entender o que realmente Lhe apraz, Não se precisa esperar um torvelinho. Pássaro Feliz
Enviado por Pássaro Feliz em 01/02/2009
Alterado em 01/02/2009 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |